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COLUNA ABRINDO O JOGO

Vida longa ao rei

Quando tive a oportunidade de conhecer Três Corações no sul de Minas, não pensei duas vezes em correr para o ponto mais visitado da cidade, a estátua em homenagem ao filho mais ilustre da cidade. Ali nasceu Edson Arantes do Nascimento. Porém, logo o nome registrado em cartório, perdeu espaço para outro que se tornou o nome mais conhecido no mundo e falado em todas as línguas em todos os continentes. Pelé! Pelé! Pelé! O mundo se acostumou ao som das letras que juntas, significam a essência do futebol. De todos que nasceram até hoje, Pelé foi o que mais se aproximou da perfeição em como jogar o esporte mais popular do planeta. Por isso, foi aclamado Rei do futebol já aos 17 anos em 1958 quando foi apresentado ao mundo na Copa da Suécia. Porém, antes disso, já fazia das suas peripécias pelos campos do interior paulista e no Santos onde brilhou.

 

Edson, Dico, Gasolina e Pelé

Filho de Dona Celeste e seu Dondinho (também craque de futebol em Minas Gerais, tendo jogado no Atlético), Pelé nasceu em 23 de Outubro de 1940. Aos quatro anos sua família precisou mudar para Bauru no interior de São Paulo. Nessa época, ele era chamado de Dico pela família e de Edson pelos amigos. Influenciado pelo pai, Dico sempre foi fã de futebol e logo começou a fazer parte dos times de garotos que jogavam nas ruas de Bauru. Ele gostava de atuar no gol, inspirado no goleiro José Lino da Conceição Faustino, o Bilé, amigo de time de seu pai, o Vasco de São Lourenço (Minas Gerais). O garoto não conseguia pronunciar o nome Bilé corretamente, durante os jogos com os amigos, ele falava algo semelhante com “Seguuura, Pilééé!”, quando fazia suas defesas. O fato fez com que os amigos assem a chamá-lo de Pelé. Ele não gostou disso, e foi aí que o apelido pegou entre os amigos.

Baquinho foi o primeiro time de Pelé ainda escolinha. Lá o Rei deu seus primeiros es, dribles e marcou seus primeiros gols.  Aos 11 anos, o jogador Waldemar de Brito descobriu-o e convidou-o para a equipe que estava formando: o Clube Atlético de Bauru. Uma curiosidade, a estreia do time foi contra o São Paulo, os garotos venceram por 21 a 1. Pelé foi o artilheiro do jogo com sete gols. ados poucos anos, Waldemar percebeu o enorme talento de Pelé e decidiu levá-lo para um time maior.

O menino chegou a Vila Belmiro

Em 1956, Pelé chegou ao Santos como promessa de Waldemar de Brito que afirmou ao clube: “Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo!”. ado um mês de sua chegada ao clube, o jovem fez sua primeira partida na equipe profissional. O jogo foi contra o Corinthians de Santo André, e o Santos venceu por 7 a 1. Pelé entrou no segundo tempo de partida e marcou o sexto gol. Pelé começou a ser reconhecido nacionalmente ainda com 16 anos de idade. Em 1957, o garoto já era titular do Santos e foi artilheiro do Campeonato Paulista, o mais jovem até hoje, marcando 36 gols. Daí para sua primeira convocação para seleção foi um pulo.

Rei veste a amarelinha pela primeira vez

ados dez meses da contratação de Pelé pelo Santos, o garoto foi convocado pela Seleção Brasileira pela primeira vez para disputar a Copa Roca (atual Superclássico das Américas). A competição era um torneio amistoso entre a Seleção Brasileira e a Seleção Argentina.

As duas partidas foram realizadas no Brasil. A primeira marcou a estreia de Pelé com a camisa do Brasil e foi realizada no Maracanã. A Argentina venceu por 2 a 1, e o gol brasileiro foi marcado por Pelé. Na partida de volta, no Estádio do Pacaembu, o Brasil venceu por 2 a 0, com um gol de Pelé e outro de Mazzola. Foi o primeiro título de Pelé pela Seleção Brasileira.

O mundial da Suécia apresentou o rei para o mundo. O primeiro gol de Pelé em uma Copa do Mundo foi contra o País de Gales, nas quartas de final do Mundial de 1958. O feito concede a Pelé o recorde de jogador mais novo a fazer um gol em uma Copa do Mundo.

Na Copa da Suécia, os dirigentes brasileiros esqueceram de enviar a numeração dos jogadores para a FIFA, e a entidade precisou defini-la. Pelé era reserva e recebeu a camisa 10, número que ficou eternizado em suas costas. Por causa de Pelé, os jogadores mais habilidosos aram a usar a camisa 10. O Mundial de 1958 na Suécia iniciou a chamada Era de Ouro da Seleção Brasileira. De 1958 a 1970, foram três títulos em quatro Copas. Em 1962, no Mundial do Chile, Pelé fez um gol antológico no primeiro jogo, contra o México, mas sofreu uma contusão no segundo jogo e ficou fora do restante do torneio. Sorte do Brasil que tinha também outras estrelas, como Nílton Santos, Didi, Zagallo, Vavá e Garrincha, que garantiram o bicampeonato.

 

1970, a última Copa do Rei

Em plena Ditadura Militar, a Copa do México serviu para amenizar o clima hostil que vivia o país. Além de Pelé, a seleção de 1970 tinha outros grandes nomes do futebol, como Jairzinho, Rivelino, Carlos Alberto, Clodoaldo, Tostão, Gérson e Félix. Muitos consideram essa seleção a melhor de todos os tempos. O menino que jogou sua primeira Copa aos 17 anos e venceu, disputou sua última aos 29 anos e provou ao mundo porque merecia a coroa.

 

Minha humilde opinião

Mesmo sem ter visto Pelé jogar, basta estudar futebol, ler sua biografia, o que diziam dele desde quando apareceu aos 15 anos no Santos, olhar seus números e assistir seus vídeos para não ter a menor dúvida que ele foi e ainda é o mais completo jogador de futebol de todos os tempos. Faz parte da natureza humana fazer comparações. Faz parte também que muitas sejam afetadas pela simpatia, ou antipatia por um ou outro, além das questões técnicas. Mesmo o rei não é imune a tais comparações. Principalmente pelos mais jovens que não o viram jogar, tampouco se interessam por estudar seus feitos. Numa era da tecnologia e redes sociais, não é difícil encontrar quem pense que Pelé não mereça ser chamado de Rei do futebol. Constantemente que insiste em afirmar que Pelé continua sendo o melhor de todos os tempos, é chamado de saudosista. É possível que o saudosismo contamine alguma fagulha de racionalidade que o espírito assume ter na hora de traduzir o acontecimento de um jogo. No entanto, registrar o ado não é necessariamente uma armadilha para entender o presente. Não há presente sem ado. Não há o jogo que a gente vê se não houvesse uma série de circunstâncias históricas que determinaram absolutamente tudo que se vê em campo. O futebol é uma sequência de adaptações históricas Entretanto, o que mais me impressiona entre aqueles que tentam desmerecer os feitos de Pelé, é a carga de desinformação sobre o ado. Por exemplo, há argumentos apontando que Pelé só venceu três Copas do Mundo por causa dos colegas em campo. Em 1958, com 17 anos, entrou no meio do Mundial após partidas que não convenceram. Evidentemente que Garrincha, Zito e Vavá ajudaram a melhorar o time. Mas o diferencial, o ponto de desequilíbrio, era Pelé. Aos 17 anos. Em 1970, o Brasil chegou desacreditado à Copa. Pelé, além de ser novamente o fator que desequilibrava, era um ponto de referência de uma seleção com diversos craques.

Vivemos na era de Messi e Cristiano Ronaldo. Indiscutivelmente os dois maiores jogadores do século XXI. Ambos geniais e muito distantes de todos os seus contemporâneos. Porém, na minha humilde opinião, ainda não dá para compará-los ao rei. Afinal, nenhum deles chegará a mais de mil gols na carreira, nenhum deles conquistará três Copas do Mundo sendo protagonista em duas, nenhum deles conquistará uma Copa aos 17 anos de idade. Nenhum deles conquistará mais títulos que o rei, dos mais aos menos importantes: Pelé tem pelo menos 37 troféus na carreira. Mas, se ainda assim os números não justificam para alguns, que tal o fato de Pelé mesmo tendo apenas 1,73 de altura ter ainda hoje a maior impulsão proporcional do futebol mundial e ter sido um exímio cabeceador? Que tal saber que o rei era ambidestro não apenas na hora do chute, mas também para driblar? O futebol atual é muito mais dinâmico que o jogado na época de Pelé é verdade, hoje um jogador percorre em média 12 km por jogo, nos anos 60 e 70 essa média era de pouco mais de 4,5km. Porém, Pelé tinha condicionamento físico e era privilegiado até nisso, o rei corria 100 metros em 11 segundos, saltava a 1,80 de altura e 6,50 de distância.

Outro argumento usado era que o futebol da época era “mais fácil”. Outra falácia que demonstra ignorância histórica. O fato do jogo ser mais lento, não significa mais fácil. Afinal, diferente de hoje em dia que é raro ver craques, na época cada time contava com pelo menos 05 no time titular. Os campeonatos estaduais eram as principais competições e super equilibrados.

Pra finalizar, já ouvi alguns dizerem que se Pelé jogasse atualmente não faria mil gols. Também acho, se o Rei pudesse entrar numa máquina do tempo e voltar a ter vinte e poucos anos no futebol de hoje, não faria 1000 gols, tenho certeza que aria dos dois mil. Afinal, tendo a sua disposição todo o avanço da fisiologia, preparação física atual, chuteiras moldadas especialmente para seus pés, bolas produzidas com toda tecnologia moderna, gramados maravilhosos dos principais campos do mundo, e principalmente a “zagueirada” fraca de hoje em dia, Pelé iria deitar ainda mais.

Vida longa ao rei!

 

NOTA: TAÇA JULES RIMET EM CARATINGA

 

Dias depois da conquista do tri com Pelé dando show, troféu começou a ser mostrado em diversas idades do interior do Brasil. No dia 17 de novembro de 1971, graças à iniciativa do capitão da indústria de Caratinga – Sr. Wantuil Teixeira de Paula, também, diretor do EC Caratinga, a Taça JULES RIMET, conquistada pelo Brasil, esteve em Caratinga. O prefeito José de Paula Maciel (Zé Alemão), o Professor Francisco dos Reis Alves, presidente da Liga Caratinguense de Desportos e o Sr. Wantuil Teixeira de Paula, constituíram a equipe de recepção. A Taça pesando cinco quilos de ouro maciço esteve na sede da empresa do Sr. Wantuil, no gabinete do prefeito e, no EC Caratinga e na Rádio Caratinga.

Rogério Silva

www.diariodecaratinga-br.diariomineiro.net

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Instagram: @rogeriosilva89fm

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