Muitos temas que fazem parte do cotidiano e são de pertinência social ainda são vistos como tabus pela sociedade brasileira. O aborto, sem sombra de dúvidas é um desses temas. Ainda preferimos o silêncio, mas geralmente quando ele é quebrado, acontece de forma rasa, como se fosse um convite para o retorno ao silêncio.
Enfim, o aborto é indiscutivelmente um tema polêmico, todavia nossa sociedade preferi não dar a ele a importância que merece. E nos bastidores do silêncio nascem os monstros que devemos encarar e de fato combater.
Enquanto sociedade precisamos sair do comodismo de meras opiniões, muitas delas sem nenhum fundamento ético e humano, e estabelecer um pacto nacional pelo diálogo em torno de todas as questões que envolvem o abordo.
Necessitamos ter a coragem de encarar de frente esse grande dilema da sociedade e colocá-lo em discussão, em diálogo, em confronto positivo de ideias e argumentações. Urgentemente, precisamos sair do comodismo ou poderíamos chamar de uma falsa moralidade e analisar o cerne da questão.
Mas para isso, a sociedade tem que se envolver, criar grupos de diálogos, onde médicas, psicólogas, agentes de saúde, agentes públicos, mulheres que sofreram e em muitos casos sofrem os mais diversos tipos de abusos, grupos religiosos, pais, mães, filhos, e todos que queiram ter voz sejam ouvidas.
Precisamos buscar exemplos em outros países, ver quais posicionamentos foram estabelecidos pela sociedade. Enxergar o que deu certo, melhor o que pode ser melhorado e dentro do possível verificar o que podemos evitar.
O que não dá mais é virar as costas para o problema que a tratativa do tema vem causando. É preciso buscar opiniões distintas, mas que saibam se respeitar e a partir delas buscar uma solução que seja digna e humana para a questão em voga.
Sabemos que há muitos dilemas envolvidos no debate, principalmente paradigmas religiosos e culturais. Por isso ele tem que ser levado a sério. Mas não podemos e nem devemos transformar um tema tão complexo e profundo em uma situação puramente religiosa, acredito que não seria salutar.
Tratar o tema aborto exige amadurecimento da própria sociedade, exige o amadurecimento do próprio ser e acima de tudo o respeito pelo outro, seja qual for os seus argumentos, sendo eles favoráveis ou não.
O que não deveria ser aceitável é o abuso, a prática clandestina, o fingir que o problema não acontece e o deixar para lá, como se a questão não envolvesse toda a sociedade. Fechar os olhos não resolverá nossos conflitos e nem tão pouco opiniões radicalizadas em um discurso que não consegue enxergar o outro, tendo um mínimo de empatia e porque não dizer também compaixão.
Muito mais do que legalizar ou não a sua prática, e essa questão deveria vir de um debate nacional descente e maduro. Nada nos impede de ver o outro e seus problemas com mais sensibilidade e nunca deixarmos de pensar: e se fosse comigo o que faria? Pois falar é sempre mais fácil do que agir, principalmente quando o problema é do outro.
Criemos uma rede de diálogos, tenhamos a coragem de expor argumentos e na mesma medida a sensatez de ouvir o outro. Quem sabe a solução esteja aí.
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